Jerusalém

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Algumas considerações

Caro Leitor,

Bem vindo ao Blog Netivyah.

Antes de ler esse blog necessário comentarmos sobre o que significa Netivyah e tecermos
algumas considerações a cerca do nome de D-us e Jesus, principalmente sobre a grafia. Espera-se que todos compreendam as considerações apresentadas.
A palavra Netivyah quer dizer em hebraico “seguidores do caminho”, termo pelo qual os discípulos de Yeshua HaMashiach (Jesus, o Messias) eram conhecidos.
Sobre a grafia do nome D-us, optamos por não usar a palavra Deus, pois o nome verdadeiro de D-us é impronunciável - יהוה - mas sim a forma hebraica transliterada (na transliteração o nome de D-us pode ser: YHWH, YHVH, JHWH ou JHVH), desta forma, preferimos usar a palavra D-us (D'us) ou D-s (D's), fazendo menção ao tetragrama que ninguém sabe como se pronuncia. Isto ocorre porque a pronuncia limitaria D-us.
Já a palavra Jesus estaremos preferencialmente se referindo ao seu nome verdadeiro em hebráico - Yeshua (pronuncia Iexua) - pois não se traduz nome. Somente nos casos em que se envolva religiões cristãs é que o nome Jesus será mencionado, nos demais casos o nome será Yeshua.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Yeshua (Jesus) frequentava as sinagogas

Várias passagens da Bíblia, mostram claramente, que Yeshua era recebido nas sinagogas de Israel, tanto em Jerusalém como na região da Galiléia: "E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?" (Mateus 13:14); “Foi, então, por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demônios.” (Marcos 1:39).
Em outro texto nota-se claramente que Yeshua e seus discípulos frequentavam as sinagogas em pleno Shabat (sábado): "Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava." Marcos 1:21
Em outro texto verifica-se: "E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler" (Lucas 4:16)
No Evangelho de Lucas encontra-se ainda que Yeshua era Rabino (rabino quer dizer doutor, mestre da lei judaica; para os protestantes entenderem Rabino "é uma espécie de pastor, bispo, apóstolo"; já para os Católicos, "seria uma espécie de padre"). Como rabino ele frequentava as sinagogas: "E aconteceu também noutro sábado, que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada." Lucas 6:6; “E logo, aproximando-se de Jesus disse: Salve, Rabi. E o beijou.” Mateus 26:49.
Já no evangelho de João (1:38) encontra-se: "Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? Disseram-lhe eles: rabi (diminutivo de rabino, que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas?".
Se Yeshua pregava nas sinagogas era porque havia respeito e credibilidade no meio dos Miniam (em toda sinagoga há o chamado miniam que é composto por 10 membros idôneos, sem os quais nenhuma cerimônia ou celebração pode ser realizada). Se Yeshua não fosse seguidor da Torá jamais Ele seria autorizado ou convidado a ensinar no meio dos sábios judeus da época. Encontramos também a passagem de Jairo, um dos chefes da sinagoga, que lançou-se aos pés de Yeshua, suplicando a cura de sua filha.

sábado, 7 de junho de 2008

Adá (esposa de Lémech) e Ada (esposa de Essáv)

Na Bíblia existe duas mulheres com este nome. A Primeira Adá é mencionada no livro de Gênesis como uma das duas esposas de Lameque (Lémech - לָמֶךְ / לֶמֶךְ) e que foi mãe de Jabal e de Jubal (Gen. 4:19 e seguintes). Lameque (Lémech era cego) é a sétima geração de Caim (Caim matou Abel, sendo o primeiro assassinato conhecido na Bíblia). Lameque tinha saído com seu filho Tubal-Caim para caçar. Era Tubal-Caim que guiava e indicava a caça, entretanto ele confundiu Caim com algum animal, Lémech então matou o seu Heptavô com uma flechada. Ao perceber o seu erro, Lémech feriu a si próprio, mas um dos golpes feriu na cabeça o seu filho, matando-o.
A segunda Adá foi uma das esposas de Esaú ((Essáv - עֵשָׂו ), também foi chamado de Edon (vermelho - אֱדוֹם), irmão de Jacó ou Jacob (Iaacóv ou Yaʿaqov - יעקב), filho de Isaac ou Isaque (Yits'chac ou Yitzhak - יצחק)). Ela era de Canaã, filha de Elom (Elon), o heteu (Chiteu).

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Mulheres da Primeira Aliança

Muito se fala sobre os homens na Bíblia. Mas só homens foram os personagens da história bíblica? Não. Então a sociedade esqueceu as mulheres? As mulheres foram reduzidas ao esquecimento? Também não.
Bem, as mulheres foram de tanta importância quanto os homens. Sempre ouvimos o relato de Adão e Eva. Eva é a mulher mais conhecida por ter sido a primeira mulher que a Bíblia relata, mas existiu diversas mulheres, como: Eva, Sara, Rebeca, Lia, Bila, Raquel, Miriã, Débora, Rute, Ana, Abisag, Judite, Ester, Abigail , Agar, Bate-Seba, Diná, Lea, Mical, Tamar, Zípora, Azenate, Zilpa, Joquebede, Helá, Naará, Ainoã, Maaca, Zeruia, Eglá, Quézia, Adá e Besemate. Importante informar que todas as mulheres mencionadas estão na Bíblia católica e a maioria dessas mulheres também se encontram na Bíblia protestante e hebráica.
Além dessas mulheres, é de fudamental importância não esquecer a figura de Lilith, apesar das controversas a respeito se exitiu ou não uma mulher antes de Eva, pois Lilith se encontra no "livro" de Isaías 34:14.
Fato relevante é que muitas das mulheres na Bíblila salvaram milhares de vidas como Ester.
Assim, verifica-se que as Escrituras sagradas não comenta somente sobre homens, mas do ser humano, seja homem ou mulher.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Lilith (Lilit)


Lilith (hebraico לילית) é o demónio feminino, mãe de demónios. Possuidora de grande beleza, é a concubina preferida de Lúcifer.
Lilith teria sido formada assim como o homem à partir do barro, logo após a formação deste. Por esse motivo ela não teria aceitado uma posição inferior em relação ao homem, pois sendo criada da mesma forma, exigia os mesmos direitos, não aceitou uma posição submissa e assim desentendeu-se com Adão. No primeiro ato sexual Lilith não aceitou ficar por baixo, aguentando o peso do corpo do companheiro e exigiu ter também o direito ao gozo e ao prazer sexual. Como não foi atendida em seus anseios ela se revolta e pronuncia o nome "inefável" que lhe deu asas por meio das quais fugiu do Jardim do Éden. Assim, Lilith abandonou Adão com quem não se entendia e foi para as margens do Mar Vermelho. Adão ficou só e reclamando, tendo medo da escuridão opressora. Daí haver uma relação entre Lilith e a Lua Negra, a escuridão da noite, por isso a associação dela com a coruja, o pássaro noturno. Segundo a tradição talmúdica, Lilith é a "Rainha do Mal", a "Mãe dos Demônios" e a "Lua Negra". Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai 81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido.
Deus vendo o desespero de Adão, enviou três anjos, Semangelaf, Sanvi e Sansanvi, para trazê-la de volta ao Éden, mas ela recusou-se a aceitar tal proposta. Dessa forma a fuga converteu-se em expulsão. Para substituir Lilith é criada Eva, mulher submissa, feita não de barro, mas de uma costela de Adão.Lá às margens do Mar Vermelho habitavam os demônios e espíritos malignos, segundo a tradição hebraica, esse era um lugar maldito, o que prova que Lilith se afirmou como um demônio. Segundo essa mesma tradição é esse caráter demoníaco que levaria a mulher a contrariar o homem e a questionar seu poder.
Desde então, Lilith tornou-se a noiva de Samael, o senhor das forças do mal do SITRA ACHRA (aramaico, significa "outro lado"). Acasalando-se com os demônios, Lilith traz ao mundo cem demônios por dia, os Lilim, que são citados inclusive na versão sacerdotal da Bíblia. Como castigo pela desobediência de Lilith os anjos de Deus, a cada dia sacrificavam cem dos bebês-demônio de Lilith. Ela então revoltada pela morte dos filhos e enciumada pelo fato de Adão ter tomado outra mulher resolve declarar guerra à Deus e aos homens. Ela então retorna ao mundo dos homens para dar cabo de sua vingança.
Na Bíblia, ela só é citada uma vez, em Isaiás 34:14, cujo texto no original hebráico diz:
" As bestas selvagens do deserto deve também cumprir com as bestas selvagens da ilha, e os Sátiros devem chorar aos seus colegas. Lilith ali repousará, pois ali encontrarão um local de descanso."

Lilith é uma excelente metáfora, tornando-se inimiga das "Evas", sendo instigadora dos amores ilegítimos, pertubadora do leito conjugal. Representa o ódio aos casais e filhos.

Budismo

Mais do que uma religião, o Budismo é uma filosofia. Surgiu há cerca de 2500 anos, na região que hoje corresponde ao Nepal. Atualmente, é uma das religiões que mais conquista adeptos, e já ultrapassou a casa dos 200 milhões de fiéis, espalhados pelo mundo inteiro.
Budismo é uma religião e filosofia baseada nos ensinamentos deixados por Siddhartha Gautama, ou Sakyamuni (o sábio do clã dos Sakya), o Buda histórico, que viveu aproximadamente entre 563 e 483 a.C. no Nepal. De lá o budismo se espalhou através da Índia, Tibete, Sri Lanka, Japão, Coréia, Myanmar, Tailandia, Indonésia, Vetnã e China. Hoje o budismo se encontra em quase todos os países do mundo, amplamente divulgado pelas diferentes escolas budistas, e conta com cerca de 376 milhões de seguidores.
O budismo formou-se no nordeste da Índia, entre o século VI a.C. e o século IV a.C. Este período corresponde a uma fase de alterações sociais, políticas e econômicas nesta região do mundo. A antiga religiosidade bramânica, centrada no sacríficio de animais, era questionada por vários grupos religiosos, que geralmente orbitavam em torno de um mestre.
Um destes mestres religiosos foi Siddhartha Gautama, o Buda, cuja vida a maioria dos académicos ocidentais e indianos situa entre 563 a.C. e 483 a.C., embora os académicos japoneses consideram mais provável a data 448 a.C. 368 a.C.. Siddhartha nasceu na povoação de Kapilavastu, que se julga ser a aldeia indiana de Piprahwa, situada perto da fronteira indo-nepalesa. Pertencia à casta guerreira (ksatriya).
Várias lendas posteriores afirmam que Siddhartha viveu no luxo, tendo o seu pai se esforçado por evitar que o seu filho entrasse em contacto com os aspectos desagradáveis da vida. Por volta dos 29 anos, o jovem Siddhartha decidiu abandonar a sua vida, renunciando a todos os bens materiais, e adaptando a vida de um renunciante. Praticou o ioga (numa forma que não é a mesma que é hoje seguida nos países ocidentais), e seguiu práticas ascéticas extremas, mas acabou por abandoná-las, vendo que não conseguia obter nada delas. Segundo a tradição, ao fim de uma meditação sentado debaixo de uma figueira, descobriu a solução para a libertação do ciclo das existências e das mortes que o atormentava.
Pouco depois decidiu retomar a sua vida errante, tendo chegado a um bosque perto de Benares, onde pronunciou um discurso religioso diante de cinco jovens, que convencidos pelos seus ensinamentos, se tornaram os seus primeiros discípulos e com que que formou a primeira comunidade monástica (sangha). O Buda dedicou então o resto da sua vida (talvez trinta ou cinquenta anos) a pregar a sua doutrina através de um método oral, não tendo deixado quaisquer escritos.
Os ensinamentos básicos do budismo são: evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de sofrimento, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última - o Nirvana.
A moral budista é baseada nos princípios de preservação da vida e moderação. O treinamento mental foca na disciplina moral (sila), concentração meditativa (samadhi), e sabedoria (prajña).
Apesar do budismo não negar a existência de seres sobrenaturais (de fato, há muitas referências nas escrituras Budistas), ele não confere nenhum poder especial de criação, salvação ou julgamento a esses seres, não compartilhando da noção de D-us comum à maioria das religiões.
A base do budismo é a compreensão das Quatro Nobres Verdades, ligadas à constatação da existência de um sentimento de insatisfação (Dukkha) inerente à própria existência, que pode no entanto ser transcendido através da prática do Nobre Caminho Óctuplo.
Outro conceito importante, que de certa forma sintetiza a cosmovisão budista, é o das três marcas da existência: a insatisfação (Dukkha), a impermanência (Anicca) e a ausência de um "eu" independente (Anatta).
O budismo dividiu-se em várias escolas, das quais algumas vieram a se extinguir. A principal divisão atualmente existente é entre a escola Theravada e as linhagens Mahayana e Vajrayana.
As escolas numericamente mais expressivas na atualidade são: Theravada, estabelecida no sudeste asiático; Zen japonês e Chan chinês, escolas com ênfase na meditação (alguns estudiosos consideram estas escolas como uma linhagem Mahayana. Outros, no entando, dizem que, pela ênfase ser diferente, e pelo Zen/Chan ser "descendentes" também do Taoísmo, devem ser considerados uma escola à parte); as escolas japonesas devocionais da Terra Pura (Jodo Shu) e Verdadeira Terra Pura (Jodo Shinshu), e as escolas ligadas à Nitiren, todas Mahayana; as escolas tântricas do Budismo tibetano que fazem parte da linhagem Vajrayana.
Há muita polêmica e confusão no ocidente em torno do budismo, devido principalmente à falta de informação correta. Muitos movimentos esoteristas e sincréticos procuram se apresentar como "verdadeiros budismos", "adaptações para o Ocidente", etc. Freqüentemente questiona-se quanto ao budismo ser ou não uma religião (por não aceitar a existência de um deus criador do mundo).
Um dos principais ensinamentos do Buda é aquele que é o conhecido como as Quatro Nobres Verdades. Ele constitui a base de todas as escolas budistas.
Buda expôs as Quatro Nobres Verdades no Dhammacakkapavattana Sutta (Samyutta Nikaya LVI.11) da seguinte forma:
A primeira nobre verdade: "(..)esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.(..)"
A segunda nobre verdade: "(..) esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.(...)"
A terceira nobre verdade: "(..)esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a libertação dele, a independência dele.(...)"
A quarta nobre verdade: "(..)esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.(...)"
Tem sido sugerido que a forma de exposição da doutrina das "Quatro Nobres Verdades" segue um padrão que se assemelha ao do diagnóstico de uma doença: depois de ter apontado as origens do mal, o Buda mostrou um remédio que leva à cessação desse mal. Esse "remédio" é conhecido como o "Nobre Caminho Óctuplo" (em sânscrito: Astingika-Marga), e deve ser adoptado pelos budistas. Consiste, de acordo com o Magga-vibhanga Sutta (Samyutta Nikaya XLV.8), em:
Visão ou Entendimento correcto: "(...)E o que é o entendimento correto? Compreensão do sofrimento, compreensão da origem do sofrimento, compreensão da cessação do sofrimento, compreensão do caminho da prática que conduz à cessação do sofrimento. A isto se chama entendimento correto.(...)"
Intenção ou Pensamento correcto: "(...)E o que é pensamento correto? O pensamento de renúncia, o pensamento de não má vontade, o pensamento de não crueldade. A isto se chama pensamento correto.(...)"
Palavra ou Linguagem correcta: "(...)E o que é a linguagem correta? Abster-se da linguagem mentirosa, da linguagem maliciosa, da linguagem grosseira e da linguagem frívola. A isto se chama linguagem correta.(...)"
Actividade ou Acção correcta: "(...)E o que é ação correta? Abster-se de destruir a vida, abster-se de tomar aquilo que não for dado, abster-se da conduta sexual imprópria. A isto se chama de ação correta.(...)"
Modo de vida correcto: "(..)E o que é modo de vida correto? Aqui um nobre discípulo, tendo abandonado o modo de vida incorreto, obtém o seu sustento através do modo de vida correto. A isto se chama modo de vida correto.(...)"
Esforço correcto: "(...)E o que é esforço correto? (i) Aqui, bhikkhus, um bhikkhu gera desejo para que não surjam estados ruins e prejudiciais que ainda não surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. (ii) Ele gera desejo em abandonar estados ruins e prejudiciais que já surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. (iii) Ele gera desejo para que surjam estados benéficos que ainda não surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. (iv) Ele gera desejo para a continuidade, o não desaparecimento, o fortalecimento, o incremento e a realização através do desenvolvimento de estados benéficos que já surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. A isto se denomina esforço correto.(...)"
Atenção correcta: "(...)E o que é atenção plena correta? (i) Aqui, bhikkhus, um bhikkhu permanece focado no corpo como um corpo - ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. (ii) Ele permanece focado nas sensações como sensações – ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. (iii) Ele permanece focado na mente como mente - ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. (iv) Ele permanece focado nos objetos mentais como objetos mentais - ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. A isto se denomina atenção plena correta.(...)"
Concentração correcta: "(...)E o que é concentração correta? (i) Aqui, bhikkhus, um bhikkhu afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, entra e permanece no primeiro jhana, que é caracterizado pelo pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos do afastamento. (ii) Abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra e permanece no segundo jhana, que é caracterizado pela segurança interna e perfeita unicidade da mente, sem o pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos da concentração. (iii) Abandonando o êxtase, um bhikkhu entra e permanece no terceiro jhana que é caracterizado pela felicidade sem o êxtase, acompanhada pela atenção plena, plena consciência e equanimidade, acerca do qual os nobres declaram: ‘Ele permanece numa estada feliz, equânime e plenamente atento.’ (iv) Com o completo desaparecimento da felicidade, um bhikkhu entra e permanece no quarto jhana, que possui nem felicidade nem sofrimento, com a atenção plena e a equanimidade purificadas. A isto se denomina concentração correta.."
A cosmologia budista considera que o universo é composto por vários sistemas mundiais, sendo que cada um destes possui um ciclo de nascimento, desenvolvimento e declínio que dura bilhões de anos.
Num sistema mundial existem seis reinos que por sua vez incluem vários níveis, num total de trinta e um.
O reino dos infernos situa-se na parte inferior. A concepção do inferno budista é diferente da concepção cristã, na medida em que o inferno não é um lugar de permanência eterna nem o renascimento nesse local é o resultado de um castigo divino; os seres que habitam no inferno libertam-se dele assim que o mau karma que os conduziu ali se esgota. Por outro lado, o budismo considera que existem não apenas infernos quentes, mas também infernos frios.
Acima do reino dos infernos pelo lado esquerdo encontra-se o reino animal, o único dos vários reinos perceptível aos humanos e onde vivem as várias espécies.
Acima do reino dos infernos pelo lado direito encontra-se o mundo dos espíritos ávidos ou fantasmas (preta). Os seres que nele vivem sentem constantemente sede ou fome sem nunca terem estas necessidades saciadas. A arte budista representa os habitantes deste reino como tendo um estômago do tamanho de uma montanha e uma boca minúscula.
O reino seguinte é o dos Asura (termo traduzido como "Titãs" ou dos antideuses). Os seus habitantes ali nasceram em resultado de acções positivas realizadas com um sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os deuses.
O quinto reino é o dos seres humanos. É considerado como um reino de nascimento desejável, mas ao mesmo tempo difícil. A vida enquanto humano é vista como uma via intermédia nesta cosmologia, sendo caracterizada pela alternância das alegrias e dos sofrimentos, o que de acordo com a perspectiva budista favorece a tomada de consciência sobre a condição samsárica.
O último reino é o dos deuses (deva) e é composto por vários níveis ou residências. Nos níveis mais próximos do reino humano vivem seres que devido à prática de boas acções levam uma acção harmoniosa. Os níveis situados entre o vigésimo terceiro e o vigésimo sétimo são denominados como "Residências Ruras", sendo habitadas por seres que se encontram perto de atingir a iluminação e não voltarão a renascer como humanos.
Buda não deixou nada escrito. De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano em que o Buda faleceu teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra onde discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembleia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos. Porém, a historicidade deste concílio é alvo de debate: para alguns este relato não passa de uma forma de legitimação posterior da autenticidade das escrituras.
Por volta do século I a.C. os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos. Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constitui o denominado Cânone Pali. O Cânone Pali é considerado pela tradição Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda. Não existem contudo no budismo um livro sagrado que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano.
O canône budista divide-se em três grupos de textos, denominado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito): Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos; Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e cuja transgressão é alvo de uma penitência. Contém textos que mostram como surgiu determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas regras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali; Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos do Buda, incluindo listas de termos técnicos.
Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana esta tradição alegou que o Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto para recebê-las; desta forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram no Theravada.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Espiritismo

O Espiritismo se baseia na crença de que as almas desencarnadas podem manter contato com o mundo dos vivos, transmitindo ensinamentos úteis ao aprimoramento moral e espiritual da humanidade. Para se comunicar com os vivos, os espíritos desencarnados utilizam-se do médium, que "empresta" seu corpo ou sua voz para esta finalidade.
Na verdade, as tentativas de se estabelecer contato com os mortos remontam aos primórdios da civilização humana, mas foi somente na segunda metade do século 19 que o Espiritismo se estruturou como uma doutrina.
Os fenômenos mediúnicos são registrados em todas os lugares e épocas da História, desde a Antiguidade, sob diversas formas. Como exemplo refere-se:

1.a prática ancestral de culto aos antepassados, venerando-os ou rendendo-lhes homenagens por meio de diversos rituais;
2. na cultura judaico-cristã encontram-se registrados na Primeira Aliança, nomeadamente a proibição de Moisés à prática da "consulta aos mortos" (evidência da crença judaica nessa possibilidade, uma vez que não se proíbe aquilo que não é praticado), e, na Nova Aliança, a comunicação de Jesus com Moisés e Elias no Monte Tabor (Mt, 17:1-9).
3. na cultura da Grécia Antiga, a crença em que as almas dos mortos habitavam o submundo e que era possível entrar em contacto com eles, cuja referência mais conhecida encontra-se na Odisséia. Ali Homero narra que Odisseu (Ulisses), rei de Ítaca realiza um ritual conforme indicações da feiticeira Circe, logrando conversar com as almas de sua mãe e dos seus companheiros, que haviam soçobrado durante a Guerra de Tróia. Em época posterior, registram-se os comentários de Platão sobre o "dáimon" ou gênio que acompanharia Sócrates.
4. os povos Celtas acreditavam que os espíritos regressavam ao mundo dos vivos em certas ocasiões ("Samhain"), crença essa que se encontra na origem das populares festas de “halloween”.
5. na Idade Média, a persistência popular de crenças em superstições e amuletos para obter protecção.
6. na Idade Moderna, as narrativas sobre fantasmas e assombração de locais, ilustrada, por exemplo, pela peça de teatro Hamlet, em que o dramaturgo inglês Willim Shakespeare apresenta o fantasma do rei assassinado demandando vingança ao protagonista, seu filho.
Os xamãs dos povos "primitivos" da Ásia e Oceania, também afirmam ter o dom de comunicação com o além. Entre a população nativa americana, apenas o xamã (feiticeiro) tinha o poder de comunicar com os deuses e espíritos, fazendo a mediação entre eles e os mortais. A principal função do xamã era a de assegurar a ajuda do mundo dos espíritos, incluindo o Espírito Supremo, para benefício da comunidade. Tal como os xamãs, os curandeiros na América Latina, são capazes de aceder ao mundo dos espíritos. A actuação a este nível, envolve não só o uso de orações, mas também a consulta de guias espirituais ou espíritos superiores.
Atualmente é comum adotar-se a data de 31 de março de 1848, início do fenómeno das Irmãs Fox, como marco inicial das modernas manifestações mediúnicas, quando se inicia uma fase de manifestações mais ostensivas e freqüentes do que jamais ocorrera, particularmente nos Estados Unidos da América e na Europa, o que levou muitos pesquisadores a se debruçarem sobre tais fenômenos.
Entre esses pesquisadores destacou-se o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, que mais tarde, sob o pseudônimo de Allan Kardec, com base em uma série de relatos psicografados, publicou O Livro dos Espíritos.
O termo espiritismo (do francês "espiritisme") surgiu como um neologismo, mais precisamente um "porte-manteau", criado pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), sob o pseudônimo de "Allan Kardec", para nomear especificamente o corpo de idéias por ele sistematizadas inicialmente em "O Livro dos Espíritos" (1857). Contudo, a utilização de raízes oriundas da língua viva para compor a palavra ("spirit": espírito + "isme": doutrina), que, se por um lado foi um expediente a que Kardec recorreu para facilitar a difusão do novo conjunto de idéias, por outro fez com que o termo fosse rapidamente incorporado ao uso cotidiano para designar tudo o que dizia respeito à comunicação com os espíritos. Assim, por espiritismo, muitos entendem hoje as várias doutrinas religiosas e/ou filosóficas que crêem na sobrevivência do espírito à morte do corpo, e, principalmente, na possibilidade de se comunicar ordinariamente com ele.
Juntamente com outros estudiosos do tema, dentre os quais se destacaram os teóricos Camille Flammarion, Frederick Myers, Andrew Jackson Davies e Charles Richet, Allan Kardec elaborou os princípios fundamentais do Espiritismo, que são:

1. A existência de Deus – Deus é a inteligência cósmica, criadora do Universo e responsável pelo seu equilíbrio.
2. A existência da Alma - A alma é imortal e está envolvida por um corpo espiritual, denominado perispírito. Após a morte, o perispírito conserva as lembranças das experiências terrenas.
3. A existência da Reencarnação - A Reencarnação é o processo pelo qual o espírito evolui moral e intelectualmente. Em vidas sucessivas, ocupando diferentes corpos materiais, ele se aprimora e se redime de seus erros. os espíritos encarnados ("vivos") e os espíritos desencarnados ("mortos") podem se comunicar entre si através da mediunidade (em língua inglesa também "channeling");
4. Metempsicose [do grego: meta= mudança + en= em + psukê= alma]
I. Transmigração da alma de um corpo para outro.
II. Doutrina filosófica de origem indiana, transportada para o Egito, de onde mais tarde Pitágoras a importou para a Grécia. Os discípulos desse filósofo ensinavam ser possível uma mesma alma, depois de uma período mais ou menos longo no império dos mortos, voltar a animar outros corpos de homens ou de animais, até que transcorra o tempo de sua purificação e possa retornar à fonte da vida. Como se constata, há uma diferença capital entre a metempsicose e a doutrina da reencarnação: em primeiro lugar, a metempsicose admite a transmigração da alma para o corpo de animais, o que seria uma degradação; em segundo lugar, esta transmigração não se opera senão na Terra. Os Espíritos lecionam o contrário, que a reencarnação é um progresso constante, que o homem é um ser cuja alma nada tem de comum com a dos animais, que as diferentes existências podem realizar-se, quer na Terra, quer, por uma lei progressiva, em mundos de ordem superior, até que se torne Espírito purificado.
5. A existência da Lei do Carma - É a lei da ação e da reação, ou seja, a cada ação corresponde uma reação. Assim, nossas atitudes presentes vão determinar os rumos futuros do nosso espírito, de modo que nós somos os responsáveis pelo nosso destino.
6. a Terra não é o único planeta com vida inteligente (pluralidade dos mundos habitados).

O ciclo evolutivo espírita preconiza que, ao atingir um determinado grau de aperfeiçoamento, o espírito não precisará mais reencarnar, podendo então gozar as delícias da vida eterna. A prática da caridade é muito incentivada pelos espíritas, pois eles acreditam que, por meio dela, semeamos carmas positivos e nos aproximamos da perfeição.
A primeira sessão espírita no Brasil aconteceu em 17 de setembro de 1865, em Salvador, capital da Bahia.
Os espíritos estão divididos em três grandes categorias, que por sua vez se subdividem em dez classes, a saber:

1. Espíritos Imperfeitos - Essa categoria inclui os "espíritos impuros", os "espíritos levianos", os "espíritos pseudo-sábios" (que semeiam enganos), os "espíritos neutros" e os "espíritos perturbadores" (também chamados de "brincalhões").
2. Espíritos Bons - Aqui estão incluídos os "espíritos benévolos", os "espíritos sábios", os "espíritos de sabedoria" e os "espíritos superiores".
3. Espíritos Puros - Pertencem a uma categoria única. Desta classe, fazem parte os grandes mestres da Humanidade.

As expressões-chaves da Doutrina Espírita:

1. Ectoplasma: Substância de origem psíquica que emana do corpo do médium. Pode ser visível para quem tem o dom da vidência. É por meio dessa substância que os espíritos operam no mundo material.
2. Guias: No Espiritismo, existem os "guias" ou "espíritos de luz", que estão num estágio de aperfeiçoamento bastante avançado. Eles nos trazem conselhos e orientações de ordem material. Pertencem à classe dos "espíritos bons".
3. Incorporação: Faculdade mediúnica em que o espírito desencarnado ocupa momentaneamente o corpo do médium, valendo-se desse recurso para desempenhar seu trabalho no mundo dos vivos.
4. Materialização: Corporificação, total ou parcial, do espírito desencarnado. Ocorre quando o ectoplasma se condensa. É o que acontece, por exemplo, quando o espírito de alguém que já faleceu torna-se momentaneamente visível.
5. Mediunidade: Faculdade latente em todos os indivíduos, que permite a uma pessoa servir de canal de comunicação ou manifestação para os espíritos desencarnados. A mediunidade se divide em duas principais categorias: a mediunidade física, da qual fazem parte a capacidade de materialização e a incorporação de espíritos de médicos, dentre outras manifestações; e a mediunidade intelectual, que inclui a Psicografia, por exemplo.
6. Psicografia: Faculdade manifestada por alguns médiuns, que escrevem mensagens enviadas pelos espíritos desencarnados.
Durante o processo, o médium não tem consciência do que está escrevendo, em geral, ele permanece com os olhos fechados, e as mensagens recebidas costumam apresentar teor elucidativo. É um dos trabalhos mais procurados nos centros espíritas, por pessoas que perderam entes queridos e que desejam saber como eles estão vivendo no outro plano. Também existem muitas obras psicografadas na literatura espírita, que foram “ditadas pelos espíritos de luz”.

Islamismo

O Islamismo foi fundado por Maomé, que nasceu em Meca (na tribo árabe coraixita (Arábia Saudita)), no ano de 570 d.C. Segundo a tradição muçulmana, Maomé recebeu os fundamentos do Islã diretamente do arcanjo Gabriel, enviado por Deus para instruir o Profeta acerca de diversos preceitos religiosos, dogmáticos e morais. Estes se acham reunidos num livro sagrado, o Corão. Reza a tradição islâmica que "Alá é o único Deus e Maomé é seu Profeta".
Apesar de sua origem ser explicada pela tese da revelação divina, o Islamismo agrupa e sintetiza elementos de diversas crenças. O uso da circuncisão, por exemplo, é herdado do Judaísmo, de onde provavelmente deriva também seu princípio monoteísta. A idéia de um Juízo Final é de caráter judaico-cristão. Ao mesmo tempo, o Islamismo admite o culto aos santos e a crença em espíritos, os djinn, que podem ser bons ou maus e que são originários de sistemas de crença mais primitivos.
Baseia-se na adoração de um único Deus, chamado de Alá, e ensina que, após a morte, os justos serão recompensados com a vida eterna no Paraíso. Os maus, por sua vez, serão condenados a padecer no fogo do Inferno. Ao mesmo tempo, o Corão afirma que o destino de cada homem é previamente traçado por Alá: "Estava escrito" é uma máxima que explica bem o imaginário islâmico.
A palavra Maomé é uma corruptela hispânica de Mohammed, nome próprio derivado do verbo hâmada e que significa "digno de louvor". Segundo a tradição, aos 40 anos recebe a missão de pregar as revelações trazidas de Deus pelo arcanjo Gabriel...
Além de ser uma religião, o Islã (que, ao pé da letra, significa "submissão à vontade de Deus") é também um sistema moral e político.
Seu monoteísmo choca-se com as crenças tradicionais das tribos semitas e, em 622, Maomé é obrigado a fugir para Iatribe, atual Medina, onde as tribos árabes vivem em permanente tensão entre si e com os judeus.
Maomé estabelece a paz entre as tribos árabes com as comunidades judaicas e começa uma luta contra Meca pelo controle das rotas comerciais. Conquista Meca em 630. Morre dois anos depois (632), deixando uma comunidade espiritualmente unida e politicamente organizada em torno aos preceitos do Corão...
Os estudos na linha da História Política permitem identificar as complexas relações que existem entre a religião e o fenômeno político.
Por esta perspectiva, percebe-se que, com relação ao Islã, o sistema religioso tornou-se uma dimensão da política, na medida em que o espaço privilegiado para a vivência da fé e para a concretização das promessas de Alá aos seus fiéis é o Estado Islâmico juridicamente constituído e reconhecido enquanto tal.
Além disso, a Shariah (a jurisprudência) nasceu a partir dos textos sagrados e regulamenta as relações políticas, sociais e religiosas do Estado com a Umma (a comunidade muçulmana).
No Islam, o poder político e a estrutura social são benefícios de Deus, graças concedidas para a felicidade de todos os homens. Assim, o propósito dos muçulmanos não é tanto o de debater sobre a essência de Deus, mas, sobretudo, o de interpretar a vontade divina e de conhecer e observar as leis que são religiosas e políticas ao mesmo tempo.
Os governantes devem ser capazes de concentrarem em si as atribuições de chefe de Estado e de Iman (aquele que conduz os fiéis nas orações).
Por isso, o melhor sistema de poder para o Islam, de acordo com o Corão e a Sunna, é o califado, que foi determinado após a morte do Profeta Muhammad, e que constitui o modelo eterno de uma forma perfeita de Estado que Deus desejou que atuasse no tempo histórico.
A deturpação do califado, na perspectiva dos pensadores muçulmanos do século XIX, como Rashîd Ghannîsh, da Tunísia, surgiu do desejo de se adotar a modernidade ocidental, a ponto dos Estados de maioria muçulmana se apropriarem do princípio da separação dos poderes temporal e espiritual, o que contribuiu para o divórcio entre religião e política e para o enfraquecimento do poder do governante, distanciando-o da comunidade de fé e aproximando-o dos Kafir (os ignorantes dos princípios islâmicos).
Tal fato teve como consequência o abandono da observância da Shariah, o que fez com que diversos Estados deixassem de ser reconhecidos como Islâmicos, provocando a restrição do espaço para a vivência da fé, pautado e orientado pelo Corão e pela Sunna.
Para se reconquistar o bem perdido tornou-se necessário percorrer o salaf (o caminho dos antigos), porque foi no passado, ou melhor, no auge do sistema do califado, durante a Idade Média, que os muçulmanos souberam, na perspectiva das correntes islâmicas dos século XIX e XX, praticar corretamente os ensinamentos de Alá.
Este movimento de relembrar as virtudes dos antepassados de fé transformou o Islã, no século XIX, em um princípio mobilizador da defesa da identidade dos povos não europeus islamizados e também uma alternativa política e social antimperialista que atraiu populações não muçulmanas na África e na Ásia...
Como foi comprovado no surgimento de várias revoluções islâmicas onde o percentual de participação de aliados não convertidos foi bastante significativo, como a Mahdia no Sudão (1881-1898), por exemplo...
Livro sagrado do islamismo, o Corão (que significa recitação) é revelado a Maomé pelo arcanjo e redigido ao longo de cerca de 20 anos de sua pregação. É fixado entre 644 e 656 sob o califado de Uthman ibn Affan. São 6.226 versos em 114 suras (capítulos).
Traz o mistério do Deus-Uno e a história de suas revelações de Adão a Maomé, passando por Abraão, Moisés e Jesus, e também as prescrições culturais, sociais, jurídicas, estéticas e morais que dirigem a vida individual e social dos muçulmanos.
Mister relatar que a esposa de Abraão, Sara, tinha uma escrava chamada Agar, a qual serviu Abraão e teve um filho chamado Ismael... Entretanto, Ismael, primogênito de Abraão, só é considerado como primeiro filho para os muçulmanos... Enquanto que para os judeus é considerado como primeiro o filho de Abraão com Sara, Isac...
A segunda fonte doutrinal do islamismo é a Suna. Trata-se de um compêndio de leis e preceitos baseados nos ahadith (ditos e feitos), conjunto de textos com as tradições relativas às palavras e exemplos do Profeta.
O muçulmano (como é designado o fiel do Islã) é obrigado a orar cinco vezes por dia, ajoelhado num tapete e voltado para Meca. Ele é proibido de cultuar imagens, pois isso é considerado como pecado de idolatria. E, pelo menos uma vez na vida, deve fazer uma peregrinação até Meca.
Não há uma hierarquia dentro da tradição islâmica, com sacerdotes, bispos etc. As preces públicas são de responsabilidade de um dirigente, denominado imã, e os teólogos eruditos são chamados de Ulemás.
Os templos muçulmanos são denominados mesquitas, e em seu interior somente os homens são admitidos. Essa tradição demonstra bem a postura islâmica com relação à mulher, que é conservada em posição inferior. Em países onde o Estado não proíbe a prática da poligamia, o muçulmano pode ter até quatro esposas, pois esse costume é permitido pelo Corão.
Vale lembrar que, no Islamismo, são proibidos, em caráter permanente, o consumo de carne suína e de bebidas alcoólicas, o uso de substâncias tóxicas e os jogos de azar.
O Islã ensina que o mundo está dividido em duas partes: dar al-islam (terra muçulmana) e dar al-harb (terra não-muçulmana).
Assim, haveria constante luta entre essas duas facções, e todo cidadão muçulmano fisicamente habilitado é incitado a participar da "guerra santa". Quem morre no "combate sagrado" entra diretamente no Paraíso.
Sunitas e Xiitas
O Islamismo está dividido em duas facções principais: os Sunitas e os Xiitas. Para entender essa divisão, precisamos ter em mente que a tradição islâmica mescla, desde sempre, a prática religiosa com a estrutura política.
Os Sunitas surgiram como grupo de oposição ao Califado, espécie de instituição hereditária que comanda a nação islâmica. Eles foram responsáveis pela grande expansão do Islamismo pelo mundo, tanto no passado quanto em tempos mais recentes.
Os Xiitas são originalmente os seguidores de Ali, um califa que pertencia à própria família de Maomé. Eles são maioria em países como o Paquistão, o Irã, o Iraque e até na Índia.
Em tempos recentes, os xiitas ganharam força quando o aiatolá Khomeini tomou o poder no Irã, em 1979, após derrubar o xá Reza Pahlevi, que era sunita. Mas Khomeini não permaneceu no poder por muito tempo e foi obrigado a exilar-se em Paris, de onde continuou comandando grupos aliados.
Além dos sunitas e xiitas, existem outras divisões do islamismo, entre eles os zeiitas, hanafitas, malequitas, chafeitas, bahais, drusos e hambaditas. Algumas destas linhas surgem no início do Islã e outras são mais recentes. Todos esses grupos aceitam Alá como deus único, reconhecem Maomé como fundador do Islamismo e aceitam o Corão como livro sagrado. As diferenças estão na aceitação ou não da Suna como texto sagrado e no grau de observância das regras do Corão.
No século 8, formou-se um movimento místico no seio do Islamismo, denominado Movimento Sufi. A palavra suf deriva de uma roupa de lã que era muito usada pela população pobre e também pelos ascetas, que deram origem a essa facção.
O Sufismo não tem o caráter político das outras correntes islâmicas e prioriza o caráter religioso. Em seus preceitos, mesclam-se elementos do Budismo, do Hinduísmo e até da religião grega antiga e do Cristianismo.
Dentro do sufismo, existe a seita dos Dervixes, fraternidade de religiosos surgida entre os séculos 12 e 13. Seus rituais variam: em algumas ordens, limitam-se à repetição de frases sagradas, semelhantes a mantras, que podem ou não ser acompanhadas de música. Em outras, é usada uma espécie de dança - a chamada Dança dos Dervixes - que consiste em rodopios rápidos e violentos, em escala ascendente, que culminam num transe hipnótico, o qual permite um contato mais "direto" entre o fiel e a sabedoria de Alá.
Os deveres dos Muçulmanos são:
1. Todo muçulmano deve prestar o testemunho (chahada), ou seja, professar publicamente que Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta.
2. Fazer a oração ritual (salat) cinco vezes ao dia (ao nascer do Sol, ao meio-dia, no meio da tarde, ao pôr-do-sol e à noite), voltado para Meca e prostrado com a fronte por terra. Antes da oração, o fiel deve lavar o rosto, os pés, os braços e as mãos. Comparecer à mesquita toda sexta-feira, para assistir ao ofício religioso.
3. Dar a esmola legal (zakat) para a purificação das riquezas e a solidariedade entre os fiéis.
4. Observar o jejum de Ramadã (que é no nono mês do calendário muçulmano), que dura exatamente um mês. Nesse período, em que é comemorada a Revelação do Corão, só se permite tomar refeições à noite e a prática sexual fica proibida.
5. Fazer uma peregrinação (hadjdj) à Meca ao menos uma vez na vida, seja pessoalmente, se tiver recursos, ou por meio de procurador, se não tiver.

As festas Islâmicas são:
1. Ramadãm ou Ramadan (fevereiro/março)? durante o nono mês do calendário muçulmano....
2. Pequena Festa (Eid Al-Fitr), celebrada nos três primeiros dias do mês de Shaual (março/abril), ao final do jejum do mês de Ramadãm, comemora a revelação do Corão.
3. Grande Festa ou Festa do Sacrifício (Eid Al-Adha) é celebrada no dia 10 do mês de Thul-Hejjah (maio/junho).
4. Hégira (fuga de Maomé de Meca), marca o Ano-novo do calendário muçulmano, no dia 1° do mês de Al-Moharam (junho/julho).
5. Aniversário de nascimento do Profeta, no dia 12 do mês de Rabi'I (agosto/setembro).

O calendário muçulmano mede o ano pelas 12 revoluções completas da Lua em torno da Terra e é, em média, 11 dias menor do que o ano solar. O ano 1994/1995 foi o 1.415° da hégira.

Candomblé

O Candomblé foi introduzido no Brasil pelos negros ioruba, na Bahia. Basicamente, é uma religião que cultua os orixás, deuses associados às forças da natureza, e sua liturigia é realizada no interior dos terreiros, também conhecidos como roças.
Da Bahia, o Candomblé se disseminou por muitos outros estados brasileiros - aliás, tornou-se uma presença marcante no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, o Candomblé é chamado de Xangô, nome de um dos orixás mais cultuados na tradição afro-brasileira.


Os orixás são:
Eua; Exu; Iansã; Ibejis; Iemanjá; Ifá; Logum; Nana; Oba; Obaluaiê; Ogum; Olorum; Ossaim; Oxalá; Oxossi; Oxum; Oxumaré e Xangô

Os preceitos são:
Cerimônias Privadas; Ebós; Incorporação; Jogo de Búzios; Quizilas; Obrigações; Raspagem

Os elementos que fazem parte de um terreiro são:
Agogô; Atabaques (rum, rumpi e lé); Barracão; Camarinha; Peji; Alabê; Axoguns; Babalorixá; Ekede; Ialorixá; Iaôs; Ogans e Pai-pequeno (ou mãe-pequena)


Existem ainda os "Candomblés de Caboclo", típicos dos cultos trazidos pelos negros de Angola. Nessas cerimônias, as filhas e os filhos de santo incorporam não apenas os orixás (que jamais conversam com os presentes), mas também os espíritos de "caboclos", que seriam entidades de luz da corrente indígena.

Umbanda

A Umbanda é uma religião tipicamente brasileira. Na verdade, pode-se dizer que ela não existe em nenhuma outra parte do mundo. Além do sincretismo clássico entre a herança religiosa africana e o Catolicismo, a Umbanda absorveu elementos do Espiritismo kardecista, de modo que, no decorrer dos rituais, o fiel se comunica com espíritos desencarnados.
O sincretismo entre orixás e santos católicos é muito forte. Veja as principais correspondências:
Euá - Nossa Senhora das Neves.
Iansã - Santa Bárbara.
Ibejis - Cosme e Damião.
Iemanjá - Virgem Maria, principalmente Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Navegantes.
Logum - São Miguel Arcanjo e Santo Expedito.
Nanã - Santa Ana, mãe de Maria.
Obá - Santa Catarina, Santa Joana D´Arc e Santa Marta.Obaluaiê - São Lázaro e São Roque.
Ogum - Santo Antonio e São Jorge.
Oxalá - Jesus.
Oxóssi - São Jorge e São Sebastião.
Oxum - Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida.
Oxumaré - São Bartolomeu.
Xangô - São Francisco de Assis, São Jerônimo, São João Batista e São Pedro.
As práticas existentes dentro dos terreiros de Umbanda variam muito. Alguns demonstram uma ligação mais forte com o Espiritismo
, outros se aproximam mais do Candomblé
. Em comum, têm a força dos rituais, denominados giras, em que os filhos e filhas-de-santo entoam cânticos e dançam ao som dos atabaques. As cerimônias geralmente acontecem à noite e se estendem madrugada adentro. Os espíritos que "descem" incorporam-se nos fiéis que estão participando da gira.
Aqueles que "recebem" os espíritos são chamados de cavalos. Durante a incorporação, o "cavalo" permanece inconsciente, e quem fala através dele é seu "guia", ou seja, a entidade espiritual a ele associada. Para auxiliar os cavalos, existem os cambonos, que ocupam papel relevante na hierarquia do terreiro. Mas a posição mais elevada cabe à mãe ou ao pai-de-santo, que é a pessoa responsável pelos trabalhos espirituais.
Nos terreiros umbandistas, o ponto focal é o congá, altar profusamente enfeitado com flores, velas acesas e colares de contas coloridas, que simbolizam os diferentes santos e orixás. No congá, imagens de Jesus, Nossa Senhora e santos católicos dividem espaço com estatuetas de pretos-velhos, caboclos, ciganos, marinheiros e outras entidades espirituais.
A hierarquia do terreiro é a seguinte:
Babalorixás (Babalaô, quando homem, e Ialorixá, quando mulher) - São os dirigentes.
Zeladores (jibonã e sidagã) - Auxiliam os dirigentes.
Ogã e Sambas - Tocam os atabaques e observam a disciplina.
Pais e Mães-Pequenas (Baba Mindim) - Assistentes do dirigente. Em geral, ajudam no trabalho de desenvolvimento da mediunidade dos filhos de fé.
Cambonos e coroados (feitos e / ou confirmados) - Prestam assistência aos cavalos, durante a gira.
Filhos de fé (aceitos) - São aqueles que se preparam para entrar em desenvolvimento.Filhos de fé (em observação) - Freqüentam os trabalhos para o desenvolvimento de seus dons mediúnicos.
As sete linhas da Umbanda
A Umbanda se divide em sete linhas, ou "bandas", sendo que cada uma delas é consagrada a um orixá. Cada uma dessas divindades, por sua vez, comanda sete falanges.
Uma dessas falanges corresponde à vibração original do orixá (por exemplo: linha de Ogum). As outras seis falanges do orixá significam o cruzamento da energia original do orixá com as dos outros seis orixás (exemplo: a linha de Ogum Beira-Mar é o cruzamento da linha de Ogum com a de Iemanjá). Temos assim um total de 49 falanges.
Como o orixá nunca incorpora no ritual da Umbanda, a função das entidades pertencentes às falanges é justamente descer à Terra e executar o trabalho ordenado pelo orixá. Elas são portadoras da força da divindade.
Existe ainda uma outra subdivisão, que diz respeito à faixa etária das entidades. Desse modo, temos as crianças, os adultos e os velhos. Por exemplo: podemos ter uma criança de Xangô, um Caboclo de Oxóssi e um Preto Velho de Oxalá.
Os orixás que comandam as falanges são Iansã, Iemanjá, Ogum, Oxalá, Oxóssi, Oxum e Xangô.
Veja mais sobre os orixás e as entidades que integram as falanges da Umbanda:
OxaláCor: Branca
Domínios: Todos os campos da natureza.
OxóssiCor: Vermelha
Domínio: As matas.
XangôCor: Marrom
Domínio: As pedras.
OgumCor: Verde
Domínio: As estradas.
IemanjáCores: Rosa e branco cristalino
Domínio: O mar e as águas em geral.
Oxum Cor: Azul
Domínio: As águas doces.
Iansã Cor: Amarela
Domínios: Ventos e Tempestades.
NanãCor: Lilás
Domínio: Lama.
ObaluaiêCores: Preto e branco
Domínio: As cavernas.
OxumaréCor: Azul claro
Domínio: As chuvas leves.
TempoCor: Branco perolado
Domínio: As montanhas.
ExuCores: Preto e Vermelho
Domínio: Os descampados.
Pomba-giraCores: Preto e Vermelho
Domínio: Os descampados.
Exu-mirimCores: Preto e vermelho
Domínio: Os descampados.
MarinheiroCores: Azul e branco
Domínio: As emoções.
BoiadeiroCores: Marrom e Vermelho
Domínio: A força bruta.
CiganoCores: Todas do arco-íris
Domínio: A liberdade.
BaianoCores: Variadas
Domínios: A esperança e a coragem.
CabocloCor: Verde
Domínio: A simplicidade.
Preto-VelhoCor: Branco
Domínio: A sabedoria.
CriançaCores: Variadas
Domínio: A pureza.
OBSERVAÇÃO: Essas correspondências, embora sejam as mais difundidas, podem sofrer variações em diferentes terreiros.
Oferendas
Quando as entidades que compõem as diferentes falanges estão incorporadas, elas se prestam a aconselhar seus consulentes e a realizar alguns rituais. Nestas ocasiões, utilizam-se dos quatro elementos básicos da Natureza - ou seja, ar, terra, fogo e água.
É por isso que, muitas vezes, essas entidades solicitam cigarros, bebidas, alimentos. Cada item pedido corresponde a determinados elementos naturais. Veja os exemplos:
Água e bebidas não-alcoólicas: Servem para a cura, pois simbolizam a força, o remédio e o poder gerador.
Bebidas alcoólicas: Pertencem ao elemento Fogo e permitem transmutar as energias.
Cachimbo, charuto ou cigarro: Une o Fogo, a Água, a Terra e o Ar, sintetizando, assim, os elementos de todas as linhas.
Quimbanda, ou as "linhas de esquerda"
Nunca se deve confundir o orixá com as entidades que integram sua Linha de Força.
A questão mais polêmica, sem sombra de dúvida, cerca o orixá Exu. Ele é uma força da natureza, imaterial e incorpóreo, como os demais orixás.
Dentro da Umbanda, a Hierarquia deste orixá denomina-se Quimbanda, recebendo ainda os nomes de Banda dos Exus e Falange dos Exus.
Na Umbanda, entende-se que este orixá e as entidades que fazem parte de sua falange atuam "à esquerda". Isso, porém, não significa que sejam de agentes do Mal!
Simplesmente, o orixá Exu - que erroneamente tem sido associado às forças diabólicas do ideário cristão - é uma força complementar às Linhas da Direita. Do mesmo modo que homem e mulher são opostos-complementares, e que tudo no Universo interage e se interpenetra, também as forças da "Direita" e da "Esquerda" se unem e se completam.
As entidades que constituem a Quimbanda são denominadas Exus, Pombas-giras e Exus-mirins. Têm missão cármica definida e trabalham no sentido de evoluir no plano espiritual, exatamente como os integrantes de todas as outras falanges.
Os Exus são responsáveis pelos trabalhos de proteção, além de terem energia vitalizadora e promoverem a desagregação de energias maléficas. Existe ainda um outro papel, muito delicado, que cabe aos integrantes desta hierarquia: é o de liberar o consciente e o inconsciente do fiel que estiver se preparando para desenvolver um trabalho mais ativo no terreiro. As entidades de Quimbanda podem trazer à tona os traumas e os segredos reprimidos - conscientemente ou não - pelo "filho de fé".
Sendo assim, pode acontecer de os "cavalos" que estejam incorporando essas entidades de Esquerda usarem linguajar torpe ou adotarem comportamentos duvidosos. Nestes casos, deve-se entender que aquele não é o procedimento da entidade em si - na verdade, pode tratar-se de uma "faxina" no inconsciente do próprio médium.
É bom ressaltar, porém, que a natureza complexa da missão confiada aos espíritos da Quimbanda os torna bem mais difíceis do que as demais entidades. Sendo assim, é necessário ter muito conhecimento e, principalmente, discernimento, para lidar com essas forças.